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Preocupação

  • Foto do escritor: Mariá Lisboa
    Mariá Lisboa
  • 24 de jul.
  • 2 min de leitura
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Quantas vezes você já viveu cenários inteiros… Só na sua cabeça?


Situações que nunca aconteceram, mas que foram tão intensamente imaginadas que seu corpo reagiu como se fossem reais. O coração acelerou, os músculos tensionaram, talvez até o sono tenha sido afetado. Esse é um dos efeitos mais comuns da ansiedade: A tendência de projetar o futuro como uma forma de tentar se proteger dele.

A mente ansiosa é uma mente que tenta prever, controlar e resolver problemas que ainda não existem. E, muitas vezes, nunca existirão. Criamos diálogos antecipados, imaginamos reações alheias, ensaiamos explicações… Tudo para nos prepararmos contra o que pode dar errado. Mas, no fundo, esse excesso de preparação é um mecanismo de defesa diante da incerteza e do medo.


O custo de viver no “e se”

Esses pensamentos podem parecer inofensivos à primeira vista, afinal, é só “pensar demais”, não é? Mas o cérebro não distingue perfeitamente o que é real do que é imaginado. Estudos em neurociência mostram que apenas imaginar uma situação estressante já é suficiente para ativar o sistema de alerta do nosso corpo: o famoso modo “luta ou fuga”.

Com isso, o corpo passa a funcionar em estado de vigilância, como se algo estivesse prestes a acontecer. A longo prazo, isso pode levar a quadros de exaustão, insônia, dores físicas e um desgaste emocional significativo.


Na terapia, começamos a aprender uma habilidade fundamental: diferenciar o que é real do que é possibilidade. Não se trata de ignorar riscos ou viver em negação, mas de reconhecer quando estamos sendo sequestrados por pensamentos catastróficos e de retornar ao momento presente com mais consciência.

A prática clínica nos mostra que muitas pessoas vivem carregando o peso de mil cenários que nunca se concretizaram. Como a ilustração de um livro grosso com o título: “Coisas que eu me preocupei e nunca aconteceram” — uma imagem que traduz com precisão o quanto de energia emocional é desperdiçada com antecipações.


Viver o agora não é um clichê

Viver o presente não significa ignorar o futuro, mas cultivar uma postura mais realista e gentil consigo mesmo. Significa lembrar que, neste exato momento, provavelmente nada está dando errado. Que é possível respirar, descansar e confiar que você saberá lidar com o que vier, quando e se vier.

Esse é um dos maiores aprendizados da psicoterapia: reduzir o ruído do “e se” para escutar melhor o “aqui e agora”.

 
 
 

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